7.11.11

Bruno

Da primeira vez, ele estava subindo pela rua que corta a nossa. A patinha dianteira direita mole e a carinha expressiva. Correndo como se estivesse fugindo. Fugindo do local do atropelamento, fugindo de alguém, fugindo sem rumo. Fugindo. O pelo enrolado e preto, ou grisalho. Ele estava com uma correntinha no pescoço. Ufa! Não era mais um cachorrinho abandonado. Ai, mas e os donos? Será que não sabiam que ele estava assim, com a patinha quebrada? Muito quebrada! Chegava a dar aflição de olhar.
Demos a volta no quarteirão chorando e quando voltamos ele não estava mais lá.
Ficamos perplexas.

Hoje, no mesmo lugar. O mesmo cachorrinho. A Giulia desceu do carro para ler o telefone na correntinha. Ele fez uma cara assustada/indignada e correu numa velocidade surpreendente com a patinha manca e molenga. Parou em frente a um portão de madeira. Eu disse "Ele está em casa".
E o portão se abriu. Na soleira da porta apareceu uma mulher, sorrindo. Ela disse:
_ Ele adora passear!
E veio saudar o bichinho, coxeando, ela também.

Eu e a Giu sorrimos para ela e nos afastamos, com os olhos úmidos.
O Bruno estava em casa.

Um comentário:

Claudia Lyra disse...

uuuóóóóóóuuunnnn!!!!!!!!!!!!! snif, snif...