2.10.12

Angustia

Eu queria, às vezes, ser de vidro. Pra me despedaçar em um milhão de cacos contra a parede.
Queria ser feita de barro e me espremer com força entre dedos poderosos.
Queria ser líquida e escorrer pelas frestas do piso de madeira ou simplesmente descer pelo ralo num dia ruim.
Queria ser um dente-de-leão no olho de um furacão.
Queria ser volátil e apenas evaporar. Sumir. No ar.

(01/02/06)